Que tipo de trabalho te oferece a possibilidade de viajar pelo mundo inteiro conhecendo alunos de diferentes países, discutir Baudelaire e Molière com os melhores alunos em ciência da França e ainda por cima beber uma caipirinha com o mais novo herói brasileiro, Arthur Ávila? Bom, para ter isso tudo só vivendo a vida de Isabelle Schaffner, doutora em literatura francesa e comparada, pesquisadora e professora na École Polytechnique e, além disso, examinadora do concurso de admissão do programa Ingénieur Polytechnicien.
Em uma entrevista exclusiva, ela nos contou os bastidores da prova de conhecimentos gerais do concurso e da sua experiência durante os dois anos em que viajou até o Brasil para entrevistar estudantes brasileiros em Campinas, São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em uma entrevista exclusiva, ela nos contou os bastidores da prova de conhecimentos gerais do concurso e da sua experiência durante os dois anos em que viajou até o Brasil para entrevistar estudantes brasileiros em Campinas, São Paulo e no Rio de Janeiro.
O começo de tudo
O que leva alguém com uma carreira bem consolidada e uma agenda lotada, decidir prestar um concurso para se tornar examinadora de outro concurso? Para Isabelle, foi antes de tudo o desejo de ter uma nova experiência na qual ela poderia viajar e conhecer alunos do mundo inteiro para trazê-los para a École Polytechnique. Do seu ponto de vista, a experiência foi extremamente enriquecedora e a permitiu ver os estudantes no seu meio universitário de origem. Além disso, foi também um momento em que ela pode encontrar ex-alunos da X trabalhando hoje como professores no Brasil.
Durante as provas orais do concurso, os três examinadores (matemática, física e conhecimentos gerais) sempre continuam na sala, mesmo se em cada prova apenas um deles interage com o candidato. Assim, mesmo se a formação da nossa entrevistada não é em ciências, para ela a oportunidade de ver os estudantes resolvendo problemas de álgebra linear ou termodinâmica em tempo real foi uma oportunidade de ver como eles trabalham e como reagem diante de dificuldades.
O que leva alguém com uma carreira bem consolidada e uma agenda lotada, decidir prestar um concurso para se tornar examinadora de outro concurso? Para Isabelle, foi antes de tudo o desejo de ter uma nova experiência na qual ela poderia viajar e conhecer alunos do mundo inteiro para trazê-los para a École Polytechnique. Do seu ponto de vista, a experiência foi extremamente enriquecedora e a permitiu ver os estudantes no seu meio universitário de origem. Além disso, foi também um momento em que ela pode encontrar ex-alunos da X trabalhando hoje como professores no Brasil.
Durante as provas orais do concurso, os três examinadores (matemática, física e conhecimentos gerais) sempre continuam na sala, mesmo se em cada prova apenas um deles interage com o candidato. Assim, mesmo se a formação da nossa entrevistada não é em ciências, para ela a oportunidade de ver os estudantes resolvendo problemas de álgebra linear ou termodinâmica em tempo real foi uma oportunidade de ver como eles trabalham e como reagem diante de dificuldades.
E os alunos brasileiros? A impressão da examinadora é que a maioria dos alunos entrevistados é extremamente motivada e possuem em geral um nível muito bom de inglês e para a sua prova estão sempre relativamente bem preparados. Na sua visão, um dos objetivos secundários do concurso é também de ver se os alunos estão preparados de deixar tudo para trás durante alguns anos e mudar de continente. Assim, para ela é extremamente interessante ver que os alunos escolhidos se adaptam bem à X e aqui fazem parte de muitas associações. Ela nos disse ter uma sensação de ter feito um bom trabalho quando ela vê que os alunos escolhidos estão bem adaptados à vida na França e fazem parte de muitas associações estudantis. |
Do seu lado da prova
Antes de cada prova, Isabelle seleciona alguns textos em inglês ou em francês em diferentes domínios científicos e que possuem entre uma e duas páginas. Ela nos disse que o objetivo da prova é antes de tudo testar a habilidade linguística e assim é necessária saber se expressar muito bem em inglês. A prova consiste a ler o texto em 30 minutos, depois resumir as ideias principais do artigo para o examinador em seguida de uma discussão. Muitas vezes os temas ultrapassam o lado científico e atingem outros domínios, como por exemplo, a interface entre ciência e ética durante a discussão de um artigo em inteligência artificial. Assim, o objetivo é também de testar se o estudante está aberto a ramos do conhecimento diferentes da sua formação de origem e saber qual é sua cultura general em diferentes assuntos.
Como se preparar
Isabelle nos contou que é importante ler um bom número de artigos na língua em que o candidato vai realizar a prova buscando os assuntos mais variados possíveis, indo desde biodiversidade até astronomia. É necessário tentar refletir além da ciência, treinando a habilidade de argumentar e formular uma opinião própria sobre um determinado assunto.
Antes de cada prova, Isabelle seleciona alguns textos em inglês ou em francês em diferentes domínios científicos e que possuem entre uma e duas páginas. Ela nos disse que o objetivo da prova é antes de tudo testar a habilidade linguística e assim é necessária saber se expressar muito bem em inglês. A prova consiste a ler o texto em 30 minutos, depois resumir as ideias principais do artigo para o examinador em seguida de uma discussão. Muitas vezes os temas ultrapassam o lado científico e atingem outros domínios, como por exemplo, a interface entre ciência e ética durante a discussão de um artigo em inteligência artificial. Assim, o objetivo é também de testar se o estudante está aberto a ramos do conhecimento diferentes da sua formação de origem e saber qual é sua cultura general em diferentes assuntos.
Como se preparar
Isabelle nos contou que é importante ler um bom número de artigos na língua em que o candidato vai realizar a prova buscando os assuntos mais variados possíveis, indo desde biodiversidade até astronomia. É necessário tentar refletir além da ciência, treinando a habilidade de argumentar e formular uma opinião própria sobre um determinado assunto.
Histórias que a marcaram Mesmo com toda sua vivência, as alunas e alunos brasileiros foram capazes de impressionar esta especialista em literatura francesa no século XIX com uma bagagem cultural impressionante. Ela nos revelou que mesmo com apenas 19 anos, eles tinham uma admirável soma de conhecimento e capacidade de se expressar sobre assuntos muito vastos que saíam do domínio científico. Para Isabelle, “ultrapassando o lado científico, havia um ser humano de nível excepcional” nos alunos brasileiros. | Ultrapassando o lado científico, havia um ser humano de nível excepcional |
Não podemos deixar de lado a caipirinha que esta pesquisadora teve a chance de tomar na companhia de Arthur Ávila durante uma de suas viagens ao Brasil, sem mesmo saber de quem se tratava. Depois de os dois passarem um bom tempo conversando, os colegas de Isabelle foram lhe perguntar se ela sabia com quem havia falado. Só então ela descobriu que estava conversando com um medalhista Fields e um dos maiores matemáticos do nosso século.
Por que escolher a X?
Escolher vir para a École Polytechnique é algo pessoal e cada um possui motivos diferentes. Mas para Isabelle o fato de que todos os brasileiros com os quais ela teve a oportunidade de conhecer aqui estão contentes é a maior prova de que é vir para a X é uma boa escolha.
Por que escolher a X?
Escolher vir para a École Polytechnique é algo pessoal e cada um possui motivos diferentes. Mas para Isabelle o fato de que todos os brasileiros com os quais ela teve a oportunidade de conhecer aqui estão contentes é a maior prova de que é vir para a X é uma boa escolha.
por Gabriel Nahas - X2014