Nome: Saulo Trento
Promoção: X2007
Área de atuação: Engenharia Elétrica
Promoção: X2007
Área de atuação: Engenharia Elétrica
Fale um pouquinho da sua vida profissional
Depois de voltar para o Brasil e terminar o curso de Energia e Automação na USP, ingressei em um programa de trainees da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista - CTEEP, onde estou há quase 4 anos.
Meu trabalho é na área de estudos de proteção, que é um ramo da automação dos sistemas elétricos. É uma área que exige bastante domínio de aspectos teóricos, e apresenta desafios intelectuais para se chegar a um desempenho adequado de um sistema que é tão vital (um erro pode significar a origem de um blackout). Há quem diga que proteção de sistemas elétricos é uma arte tanto quanto uma técnica. O ramo de sistemas de potência sempre foi muito conservador, mas hoje estamos no início de uma nova era de inovações, que têm sido coletivamente chamadas de "smart grid". Pouco a pouco elas irão transformar esta indústria para resolver novos desafios, como integração de energias intermitentes, geração solar nos telhados, carros elétricos, termostatos e lava-louças inteligentes, e outros.
Na minha avaliação, a área de energias e sistemas de potência era até pouco tempo dominada por engenheiros formados ainda na década de 80; não atraia novos profissionais e nem novas tecnologias. Isso está mudando, tanto porque uma geração inteira está se aposentando, criando demanda por novos profissionais, quanto porque novos desafios e novas tecnologias para atacá-los estão convergindo para criar um ambiente de inovação, atrativo para engenheiros interessados no tema de energias, que voltou a estar em voga. Essa é uma tendência mundial. Aos que desejarem voltar ao Brasil, encontrarão um país que acaba de passar por (mais uma) crise energética e que portanto, pelo menos em teoria, está preparado para valorizar os profissionais da área de energias.
Vida na X
Na X, depois do programa básico carregado de matemática e física, segui o programa de Energias do Século 21. De maneira geral, gostei muito das matérias, e aprendi coisas que eu não teria aprendido na Poli. Alguns outros pontos positivos foram as várias viagens pela Europa, estágio de verão na Itália, a banda de rock que tínhamos na X (banda deGrau), o incentivo ao esporte e, claro, Paris.
Depois de voltar para o Brasil e terminar o curso de Energia e Automação na USP, ingressei em um programa de trainees da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista - CTEEP, onde estou há quase 4 anos.
Meu trabalho é na área de estudos de proteção, que é um ramo da automação dos sistemas elétricos. É uma área que exige bastante domínio de aspectos teóricos, e apresenta desafios intelectuais para se chegar a um desempenho adequado de um sistema que é tão vital (um erro pode significar a origem de um blackout). Há quem diga que proteção de sistemas elétricos é uma arte tanto quanto uma técnica. O ramo de sistemas de potência sempre foi muito conservador, mas hoje estamos no início de uma nova era de inovações, que têm sido coletivamente chamadas de "smart grid". Pouco a pouco elas irão transformar esta indústria para resolver novos desafios, como integração de energias intermitentes, geração solar nos telhados, carros elétricos, termostatos e lava-louças inteligentes, e outros.
Na minha avaliação, a área de energias e sistemas de potência era até pouco tempo dominada por engenheiros formados ainda na década de 80; não atraia novos profissionais e nem novas tecnologias. Isso está mudando, tanto porque uma geração inteira está se aposentando, criando demanda por novos profissionais, quanto porque novos desafios e novas tecnologias para atacá-los estão convergindo para criar um ambiente de inovação, atrativo para engenheiros interessados no tema de energias, que voltou a estar em voga. Essa é uma tendência mundial. Aos que desejarem voltar ao Brasil, encontrarão um país que acaba de passar por (mais uma) crise energética e que portanto, pelo menos em teoria, está preparado para valorizar os profissionais da área de energias.
Vida na X
Na X, depois do programa básico carregado de matemática e física, segui o programa de Energias do Século 21. De maneira geral, gostei muito das matérias, e aprendi coisas que eu não teria aprendido na Poli. Alguns outros pontos positivos foram as várias viagens pela Europa, estágio de verão na Itália, a banda de rock que tínhamos na X (banda deGrau), o incentivo ao esporte e, claro, Paris.
Como a X influenciou a sua vida profissional? Não tenho dúvida de que o meu currículo facilitou muito minha admissão na empresa onde trabalho hoje, que se deu através de um processo seletivo bastante elaborado e com muitos candidatos por vaga. Posteriormente, fui selecionado para fazer um MBA custeado em parte pela empresa. Acredito que ter participado do programa na X me fez ampliar a visão, de modo a estar sempre bastante "antenado" ao que está por vir em termos de tecnologia, e essa visão tem reconhecimento no mercado de trabalho. |
Onde você mora atualmente.
No Brasil. Não foi uma decisão fácil, mas pesaram a favor de voltar para o Brasil: - o fato de que de outra forma eu não teria o diploma da Poli (então eu não queria fechar portas); - a identificação cultural; embora eu me sinta sim parte francês, ainda me sinto mais brasileiro; - o fator família; - a ideia de que, embora a vida seja mais difícil no Brasil, é por isso mesmo um país com mais oportunidades, onde portanto pode-se almejar ganhos maiores. Ainda, no mundo corporativo, para um não-francês pode ser mais difícil acessar postos de maior responsabilidade na França.
Se pudesse deixar alguns conselhos para os estudantes que querem trabalhar na mesma área que você, o que você diria?
Na X, segui o programa de Energias do Século 21, em que era possível dar grande ênfase em engenharia nuclear. Foi o que eu fiz, e não me arrependo, pois o programa era excelente. Porém percebi ao retornar para o Brasil que trabalhar nesta área apresentava algumas dificuldades, o que infelizmente acabou fazendo com que eu abandonasse essa carreira:
-Há poucos lugares possíveis para se trabalhar com nuclear no Brasil, então há pouca mobilidade.
-O programa nuclear brasileiro está estagnado, principalmente depois do acidente de Fukushima e da queda no custo de expansão da fonte eólica, então não há particularmente muito dinheiro.
-Praticamente tudo relacionado a nuclear no Brasil está relacionado a governo, ou exército.
-Para muitos concursos você precisa ter mestrado na área e guess what, o master da X não conta. Então aos que tiverem interessa na área de nuclear convido para refletir sobre essas questões.
No Brasil. Não foi uma decisão fácil, mas pesaram a favor de voltar para o Brasil: - o fato de que de outra forma eu não teria o diploma da Poli (então eu não queria fechar portas); - a identificação cultural; embora eu me sinta sim parte francês, ainda me sinto mais brasileiro; - o fator família; - a ideia de que, embora a vida seja mais difícil no Brasil, é por isso mesmo um país com mais oportunidades, onde portanto pode-se almejar ganhos maiores. Ainda, no mundo corporativo, para um não-francês pode ser mais difícil acessar postos de maior responsabilidade na França.
Se pudesse deixar alguns conselhos para os estudantes que querem trabalhar na mesma área que você, o que você diria?
Na X, segui o programa de Energias do Século 21, em que era possível dar grande ênfase em engenharia nuclear. Foi o que eu fiz, e não me arrependo, pois o programa era excelente. Porém percebi ao retornar para o Brasil que trabalhar nesta área apresentava algumas dificuldades, o que infelizmente acabou fazendo com que eu abandonasse essa carreira:
-Há poucos lugares possíveis para se trabalhar com nuclear no Brasil, então há pouca mobilidade.
-O programa nuclear brasileiro está estagnado, principalmente depois do acidente de Fukushima e da queda no custo de expansão da fonte eólica, então não há particularmente muito dinheiro.
-Praticamente tudo relacionado a nuclear no Brasil está relacionado a governo, ou exército.
-Para muitos concursos você precisa ter mestrado na área e guess what, o master da X não conta. Então aos que tiverem interessa na área de nuclear convido para refletir sobre essas questões.